Escapulários
São artigos religiosos muito usados na igreja católica como
sinal de salvação, compromisso, devido e proteção. O nome escapulário vem das
escápulas, osso que fica perto dos ombros.
Quando Nossa Senhora apresentou o escapulário, ele era uma
faixa longa de tecido que deveria ser usada por cima do hábito dos religiosos
carmelitas. Mais tarde foram feitas adaptações para que os leigos pudessem usar
e consistia em dois pedaços de pano ligados por um cordão, um com a imagem de
Nossa Senhora do Carmo e outro com a imagem do Sagrado Coração de Jesus.
Hoje é comum encontrarmos escapulários aço, folheados a
ouro, de madrepérolas, com zircônias e de vários santos. O importante é
preservar duas coisas: a forma original instituída por Nossa Senhora e tomar
cuidado para que o escapulário não se torne um objeto de enfeite e perca seu
valor devocional.
Tradição
A tradição diz que quando um escapulário se rompe é porque o
fiel que o usava foi livrado de alguma situação de perigo. Outra tradição é de
que o primeiro escapulário deve ser colocado por um sacerdote e deve ter sido
ganhado, como São Simão Stock ganhou de Nossa Senhora. No entanto, não existe
regra para isso, o que vale é o compromisso que a pessoa assume com Maria de, além
de querer receber sua proteção, procurar a colocar em prática na sua vida as
virtudes que Ela nos ensina.
A origem
No século XI, um grupo de homens que seguiam Jesus se reuniu no Monte
Carmelo, em Israel. Nesse local, eles construíram uma capela em honra a Nossa
Senhora, esse local é considerado sagrado e se tornou célebre pelas ações do
profeta Elias. Foi nesse local que Elias desmascarou 450 falsos profetas e
nesse mesmo local, Deus manifestou seu poder, provou ser Deus único e defendeu
o profeta Elias.
A palavra “carmelo” significa jardim ou pomar, nascia ali os chamados
carmelitas, ou para alguns, a Ordem dos Irmãos da Bem Aventurada Virgem Maria
do Monte Carmelo. Essa expressão significa, “aqueles que vivem a
espiritualidade do Monte Carmelo”. Esse monte é sagrado tanto para judeus
quanto para cristãos.
Por volta de 1200 os muçulmanos invadiram a Terra Santa e expulsaram a
comunidade monástica do Monte Carmelo. Assim, os carmelitas se mudaram para
Europa e nesse período, passaram por grandes dificuldades, pois eles não eram
aceitos pelo povo e nem reconhecidos oficialmente pela igreja. Durante esse
período, por conta da sua vida santa, Simão Stock foi eleito prior geral dos
carmelitas em Cambridge, Inglaterra. Ao mesmo tempo, instalaram um processo
para reconhecimento e possível aprovação da ordem dos carmelitas junto à
igreja, mas o processo não era favorável. Em 1251, inimigos da ordem tentaram
impedir que ela fosse reconhecida oficialmente e a perseguição contra os
carmelitas ficou dramática e a ordem corria o risco de ser vetada pela
igreja.
Em 16 de Julho de 1251, enquanto São Simão Stock rezava em
seu convento, pediu a Nossa Senhora, a qual era devotíssimo, um sinal visível
de sua proteção aos inimigos. Nesse momento, Maria apareceu a ele e lhe deu o
escapulário do Carmo com promessas que acompanhariam todos aqueles que o
usassem com devoção: “Recebe, diletíssimo filho, este escapulário de tua Ordem
como sinal distintivo e a marca do privilégio que eu obtive para ti e para
todos os filhos do Carmelo; é um sinal de salvação, uma salvaguarda nos
perigos, aliança de paz e de uma proteção sempiterna. Quem morrer revestido com
ele será preservado do fogo eterno”. Apesar do parecer desfavorável de alguns
teólogos, o papa Honório III reconheceu oficialmente os carmelitas como uma das
maiores ordens da Igreja Católica, após Nossa Senhora aparecer também para ele,
defendendo os religiosos. A partir daí, os carmelitas tornaram-se um das
maiores ordem religiosas da Igreja.
A partir desse dia, o uso do escapulário foi se espalhando pelo
mundo e perdura até os dias de hoje. Todo dia 16 de Julho é celebrado o dia de
Nossa Senhora do Carmo, desde 1332.
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